Por que o grito é detectado tão facilmente?

O grito humano tem suas particularidades. Trata-se de um sinal de comunicação inato e compartilhado por todos, que é capaz de colocar todos seus sentidos em alerta instantaneamente. É com ele que um bebê chama imediatamente a atenção de seus pais. Um estudo recente tratou de explicar porque o grito é único e como ele é processado pelo cérebro.

Em termos de comunicação auditiva, os humanos se definem por várias características, tais como a capacidade de fazer a diferença entre uma voz de homem e uma voz de mulher, de distinguir ruídos humanos e animais, ou de diferenciar vogais e consoantes. O grito, por sua vez, nunca havia despertado o interesse dos cientistas que estudam os mecanismos da comunicação entre os seres humanos.

por-que-o-grito-e-detectado-tao-facilmenteDiante desta situação, os pesquisadores Luc Arnal, do departamento das neurociências fundamentais da faculdade de medicina de Genebra, e David Poeppel, do departamento de psicologia da Universidade de Nova York, buscaram determinar as propriedades acústicas do grito humano e suas consequências na atividade do cérebro. Os resultados do estudo foram publicados na revista Current Biology.

Em um primeiro momento, os cientistas compararam as modulações em frequência da linguagem falada, cantada e gritada. O grito é o único a ocupar uma ampla gama de frequências, de 30 a 150 hertz. A fala, por exemplo, apresenta frequências de cerca de 5 hertz. Isso significa que o grito está em frequências rápidas, associadas a sons perturbadores e até agressivos. Estes sons, também definidos como “ríspidos”, são encontrados em alarmes, utilizados para sinalizar um perigo.

Para estudar o comportamento humano quando submetidos a estas frequências, os pesquisadores pediram a voluntários que avaliem diferentes sons em uma escala de 1 a 5, do menos ao mais desagradável. Quanto mais o som se aproximava das frequências “ríspidas”, mais ele era considerado desagradável pelos participantes. Depois, os voluntários tiveram de definir a procedência dos sons, e os sons ditos ríspidos foram localizados mais rapidamente que os demais. “Isso mostra que os gritos permitem uma reação mais rápida, melhorando, assim, a capacidade de responder a um perigo iminente”, disse David Poeppel.

Por fim, os cientistas estudaram o impacto direto de diferentes sons no cérebro por meio da técnica de IRM. Enquanto os sons normais são tratados pelo córtex auditivo, os sons ríspidos são processados pela amígdala, uma região que faz parte do sistema límbico e responde pela rápida avaliação dos perigos. Assim, o tratamento cerebral dos sons ríspidos é separado dos demais sons ligados à comunicação, o que permite elaborar uma resposta adequada ao perigo sem ser perturbado por outros sons como a fala.

Em resumo, o estudo mostra que as propriedades acústicas peculiares ao grito permitem um tratamento cerebral diferenciado por parte da pessoa que o escuta.

Traduzido por Yann Walter

Fonte : Arnal L. H., Flinker A., Kleinschmidt A., Giraud A., Poeppel D., Human Screams Occupy a Privileged Niche in the Communication Soundscape. Curr Biol. 2015 Jul 14. pii: S0960-9822(15)00737-X. doi: 10.1016/j.cub.2015.06.043. [Epub ahead of print]

Açúcar e gorduras causam perda cognitiva

acucar-e-gorduras-causam-perda-de-funcoes-congnitivasJá se sabe que açúcar e gorduras afetam o organismo por meio de bactérias intestinais. Menos conhecidos, porém, são os efeitos nocivos destas substâncias no cérebro.

Um estudo conduzido por Kathy Magnusson, professora em uma universidade de medicina veterinária, demonstrou que o consumo de açúcar ou gorduras influencia diretamente nossas capacidades intelectuais, sobretudo a memória e a flexibilidade cognitiva.

Esta influência foi observada em ratos submetidos a três regimes distintos: um rico em gorduras, outro rico em açúcar e um terceiro normal, para fins de controle. Durante todo o período do regime, os animais foram submetidos a uma série de testes para mensurar seu desempenho cognitivo.

Os testes foram realizados em um aquário, dentro do qual foi instalada uma plataforma submersa. Quando colocado na água, o rato nadava até encontrar a plataforma – que ele não podia ver – e subia nela para descansar. Em condições normais, ou seja, com animais sadios e sem que a posição da plataforma fosse alterada, os ratos conseguiam reduzir progressivamente o tempo em que ficavam nadando à procura da plataforma. Essa experiência permitia testar a memória do animal. Para avaliar a flexibilidade cognitiva, a posição da plataforma no aquário era alterada e o rato tinha que se adaptar para reencontrá-la.

Kathy Magnusson observou tempos de “navegação” mais longos que o normal para os ratos submetidos aos regimes ricos em gorduras ou açúcar, sendo que esta tendência ficou mais marcada no teste da flexibilidade cognitiva do que no teste da memória.

Para entender melhor o conceito de flexibilidade cognitiva, imagine que você está no seu carro, voltando para casa, pelo mesmo caminho de sempre. Ou seja, fazendo algo que você está condicionado a fazer. Um belo dia, a estrada está interditada, e você deve procurar outro caminho para voltar à sua casa. Se você tiver flexibilidade cognitiva, conseguirá se adaptar rapidamente e encontrar a melhor alternativa. Caso contrário, terá um retorno para casa muito mais estressante.

Para Kathy Magnusson, os resultados mostram claramente que as bactérias intestinais podem “comunicar” com o cérebro ao liberarem elementos que atuam como neurotransmissores estimulando os nervos sensoriais ou o sistema imunitário, podendo afetar diversas funções biológicas. Grandes quantidades de açúcar ou gorduras modificam a flora intestinal e, consequentemente, a forma como a mesma atua em nosso funcionamento biológico.

Fonte : Magnusson K.R., Hauck L., Jeffrey B.M., Elias V., Humphrey A., Nath R., Perrone A., Bermudez L.E. Relationships between diet-related changes in the gut microbiome and cognitive flexibility. Neuroscience. 2015 Aug 6;300:128-40. doi: 10.1016/j.neuroscience.2015.05.016. Epub 2015 May 14.

Você tem um cérebro emocional ou racional?

voce-tem-um-cerebro-racional-ou-emocional

Um espírito racional prevalece sobre um espírito emocional, ou seria o contrário? O debate entre defensores da razão e da emoção nunca deixará de existir, e talvez esses dois grupos sejam mesmo irreconciliáveis. O interessante, porém, é que esta oposição pode ter bases neurobiológicas.

Assim, os “emocionais” e os “racionais” teriam cérebros diferentes. Esta é, ao menos, a conclusão de pesquisadores da Escola de Ciências Psicológicas da Universidade de Monash, na Austrália, que estudaram a empatia – a capacidade de se colocar no lugar do outro – e suas duas facetas, a afetiva e a cognitiva. A empatia afetiva, ou emocional, é uma reação automática que consiste em “sentir” o estado emocional de uma pessoa. Já a empatia cognitiva é a capacidade de “visualizar” o estado mental do outro. As duas facetas da empatia estão presentes em todos os indivíduos, mas em graus diferentes. É justamente esta variação que os pesquisadores utilizaram para diferenciar as bases anatômicas dos dois tipos de empatia.

Para observar a estrutura do cérebro, os pesquisadores utilizaram uma técnica de neuroimagem chamada de VBM (voxel-based morphometry) que permite medir o volume de massa cinzenta dentro de um voxel, um tipo de pixel em 3D. Em paralelo, eles fizeram um teste com 176 pessoas para comparar seus graus de empatia cognitiva e afetiva.

Os pesquisadores perceberam que os resultados favoráveis à empatia afetiva eram relacionados a uma maior densidade de massa cinzenta na região da ínsula, localizada no meio do cérebro e responsável por diversas funções, sendo várias delas ligadas à emoção. Ao contrário, os resultados em favor da empatia cognitiva eram vinculados a uma densidade elevada de massa cinzenta no córtex cingulado médio.

“A compilação destes resultados permite confirmar que a empatia é uma construção de vários componentes, sugerindo que as empatias afetiva e cognitiva são representadas de formas distintas na morfometria cerebral, mas também por diversas redes neurais e estruturais”, concluíram os autores do estudo.

Para os pesquisadores, a próxima etapa é determinar se é possível treinar um tipo de empatia para melhorar seu desempenho, ou, ao contrário, se este tipo de empatia pode se perder se não for usado com regularidade.

O que já sabemos é que o cérebro tem capacidade de se modificar a partir de estímulos, o que os neurocientistas chamaram de neuroplasticidade.

 

Traduzido por Yann Walter

Fonte : Eres R., Decety J., Louis W.R., Molenberghs P.Individual differences in local gray matter density are associated with differences in affective and cognitive empathy. Neuroimage. 2015 May 22;117:305-310. doi: 10.1016/j.neuroimage.2015.05.038.

Imaginação ajuda a melhorar desempenho

imaginacao-ajuda-a-melhorar-desempenhoNada melhor do que a prática para aumentar o desempenho, sobretudo quando se trata de atividades esportivas. Afinal, o que pode ser mais eficiente do que a repetição exaustiva de ações e movimentos? Para alguns cientistas, porém, a resposta é a visualização mental. Ou seja, um goleiro que imaginaria as diversas formas como a bola poderia chegar até ele teria um melhor desempenho no momento de fazer sua defesa.

“A ideia de que podemos potencializar nosso cérebro com exercícios está na moda, mas nossos trabalhos sugerem que o cérebro humano pode se beneficiar da mesma forma, ou até mais, imaginando a execução destes exercícios”, diz Geoffrey Woodman, coautor do estudo realizado no centro de pesquisa sobre a visão da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores elaboraram um trabalho de exploração por computador que exigia velocidade e concentração. Os participantes visualizaram uma série de imagens compostas de vários “C” orientados de formas distintas. Para cada imagem, eles tiveram que determinar o mais rápido possível se um alvo pré-definido – uma letra C vermelha ou verde com uma orientação específica – estava presente ou ausente. Nesse exercício, a prática e a imaginação foram testadas e comparadas: enquanto um grupo de participantes teve direito a um treino antes do teste, outro grupo foi orientado a visualizar o exercício mentalmente antes de executá-lo.

O segundo grupo obteve melhores resultados, o que, segundo os autores do estudo, mostra que a imaginação é mais eficiente que a prática por não envolver tantas interferências visuais – materializadas, no caso da pesquisa, pelas outras letras C. De fato, durante a prática, estes elementos intrusivos deixam rastros na memória que afetam o desempenho na tentativa seguinte. Ao contrário, a imaginação, ao focar exclusivamente no alvo, permite limitar essas interferências visuais.

Fonte : Reinhart R.M., McClenahan L. J., Woodman G.F. Visualizing Trumps Vision in Training Attention. Psychol Sci. 2015 May 11. pii: 0956797615577619.

Caminhar aumenta a criatividade

caminhar-aumenta-a-criatividadeVocê já passou pela incômoda situação de encarar por horas a fio a tela do seu computador, sem qualquer inspiração para começar a escrever o relatório ou a redação que você tem que entregar no dia seguinte? Pois da próxima vez que isso acontecer, saia de casa e caminhe por alguns minutos!

Todos já sabem dos benefícios que o esporte traz para o cérebro, mas poucos estão cientes de que uma simples caminhada também pode impulsionar as capacidades do cérebro e, principalmente, nossa criatividade. E não precisa ser uma caminhada esportiva. Passear tranquilamente, de forma relaxada e descontraída, já traz ótimos resultados.

Pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) procuraram demonstrar a utilidade da caminhada para o cérebro. Para isso, convidaram 176 voluntários e aplicaram dois testes de avaliação do pensamento criativo e realizaram quatro experiências.

O primeiro teste, o GAU (Guildford Alternates Uses Test, ou Utilizações Alternativas de Guildford), consiste em encontrar o máximo de utilizações incomuns possíveis para um objeto. Por exemplo, um botão pode ser usado como fechadura em uma casa de bonecas.

Já no segundo teste, o CRA (Compound Remote Associates, ou Teste das Associações Longínquas), o voluntário deve achar o ponto em comum entre três palavras distintas. Por exemplo, para o trio “preto/suíço/bolo”, a resposta seria “chocolate”.

Os pesquisadores utilizaram o GAU e o CRA em quatro situações diferentes. Na primeira, os voluntários responderam às perguntas dos dois testes sentados diante de uma parede branca e caminhando em uma esteira de frente para a mesma parede.

No GAU, 81% dos participantes deram respostas mais criativas quando caminhavam. Já no CRA, o aumento de criatividade se verificou em apenas 23% dos participantes.

Em seguida, os voluntários foram separados em três grupos. Um ficou sentado e depois caminhou, outro caminhou e depois ficou sentado e o terceiro ficou sentado duas vezes. Como na experiência anterior, foi comprovado um aumento da criatividade dos dois primeiros grupos durante a caminhada. E, o que é mais interessante: os participantes que começaram caminhando obtiveram melhores resultados, como um resíduo dos benefícios da caminhada.

Na terceira experiência, os pesquisadores confirmaram os resultados anteriores em um ambiente externo. Na quarta, eles buscaram dissociar os efeitos da caminhada e do ambiente externo apenas, que também é estimulante para o cérebro.

Para isso, foram criados quatro grupos. O primeiro ficou sentado na sala, o segundo caminhou na esteira na sala, o terceiro caminhou em ambiente externo e os integrantes do último grupo foram empurrados de cadeira de rodas, também em ambiente externo. Mais uma vez, a caminhada, tanto interna quanto externa, rendeu os melhores resultados. E a caminhada externa foi a mais estimulante para o cérebro.

“Estar em um ambiente externo apresenta diversos benefícios cognitivos, enquanto que caminhar traz uma vantagem muito específica ao aumentar a criatividade”, sintetizou a pesquisadora Marily Oppezo, responsável pela elaboração do estudo.

Source : Oppezzo M., Schwartz D.L. Give your ideas some legs: the positive effect of walking on creative thinking. J. Exp. Psychol. Learn Mem .Cogn. 2014 Jul;40(4):1142-52. doi: 10.1037/a0036577. Epub 2014 Apr 21z

Como seu cérebro reage à sua imagem

como-seu-cerebro-reage-a-sua-imagemToda manhã, é a mesma coisa. Acordar, tomar banho, café, vestir roupa e ir trabalhar. Sempre no piloto automático, sem pensar no que estamos fazendo. Não pensamos porque não temos ideia do quanto nossa maneira de nos vestir impacta em nossa forma de pensar. Segundo psicólogos, as roupas que escolhemos usar não influenciam apenas a forma como os outros nos veem, mas também a percepção que temos de nós mesmos.

Somos influenciados por vários fatores, como palavras ditas por familiares, amigos, professores e até desconhecidos, mensagens publicitárias, filmes, livros, e também nossas roupas.

Duas equipes de pesquisadores americanos, uma da Colombia University, em Nova York, e outra da California State University, buscaram demonstrar a influência de uma roupa muito formal – um terno, por exemplo – na forma como o cérebro processa a informação.

Graças aos seus sistemas sensitivos, o cérebro percebe diversas informações de seu ambiente externo, que analisa e integra aos seus conhecimentos. Os pesquisadores procuraram determinar se vestir uma roupa formal nos incentiva a ter um tratamento cognitivo abstrato, em oposição ao tratamento cognitivo concreto.

Quando o cérebro analisa informações recebidas pelo modo abstrato, ele codifica essas informações sob a forma de representações globais. Ao contrário, no modo concreto, o cérebro trabalha com representações mentais mais estreitas, e subjacentes às representações globais.

Assim, a experiência consistiu em determinar o tipo de tratamento cognitivo, abstrato ou concreto, de estudantes que tiveram de escolher a roupa mais adequada para uma entrevista de trabalho ou para usar na sala de aula. Depois de vestidos, foram submetidos a uma série de testes cognitivos.

Em primeiro lugar, tiveram que avaliar seu próprio estilo e o de seus familiares em uma escala de “pouco formal” a “muito formal”. A partir da descrição de um comportamento, os estudantes tiveram de associar várias definições para identificar o comportamento descrito e determinar qual definição correspondia melhor. Desta forma, tiveram de se representar a distância social e o sentimento de poder que trazem alguns tipos de roupas.

Os pesquisadores constataram que os estudantes que usavam roupas mais formais apresentaram um modo de pensamento mais abstrato que os que vestiam roupas mais descontraídas. Também foi observado no primeiro grupo um sentimento de poder acentuado.

Assim, foi comprovado que o que vestimos influencia nosso sistema cognitivo, e principalmente o modo de tratamento cognitivo que nos permite interpretar os objetos, as pessoas e as situações que permeiam nosso ambiente. Cuide da sua imagem pessoal e estará ajudando seu cérebro a pensar da forma que pode te promover!

 

Source : Slepian M.L., Ferber S.N., Gold J.M., Rutchick A.M. The Cognitive Consequences of Formal Clothing. Soc Psychol Personal Sci. 2015 March 31 doi:10.1177/1948550615579462

A nossa história transforma a sua vida

Banner_Site_onlineSe você está procurando algo diferente para sua vida, assista ao novo vídeo institucional da Rede SUPERA. Nossa empresa vem transformando a vida de milhares de pessoas, por cumprir com entusiasmo constante a missão de levar as pessoas a experimentarem a emoção de pensar e agir de forma inovadora.

Com direção do presidente fundador do método, Antônio Carlos Guarini, o vídeo levou tempo recorde de três meses para ser produzido, com gravações em São José dos Campos, cidade sede da franquia, e São Paulo capital.

O filme mostra de forma emocionante e inspiradora a importância do curso de ginástica cerebral, nas palavras sinceras de seus colaboradores, de seus próprios alunos e da neurocientista Carla Tieppo, consultora da rede.

Muito além de seus benefícios práticos, como o desenvolvimento de memória concentração e raciocínio, o curso SUPERA transforma vidas, possibilitando a seus alunos novas conquistas.

“Este vídeo é resultado de um trabalho de nove anos, na verdade. Sempre dedicamos tempo e esforços para definir a ginástica cerebral. E agora conseguimos comunicar exatamente o alcance do nosso curso, ou seja, conseguimos mostrar o que o SUPERA representa na nossa vida e na vida dos nossos alunos. Estamos muito felizes de apresentar este trabalho para o mercado”, diz Antonio Carlos.

O novo vídeo institucional do SUPERA é parte da estratégia de renovação da marca iniciada em 2013. Além de atender aos anseios da rede de franqueados SUPERA, este projeto contribui para o fortalecimento da imagem corporativa.

“Gerenciar este projeto foi um desafio prazeroso. O SUPERA cresceu e mudou muito nos últimos anos. Precisávamos de algo novo. Tive a sorte de contar com duas produtoras muito engajadas, que conseguiram transmitir nossa essência para o público”, afirma Karoline Savariego, citando o Ateliê de Letras e a AP Produtora.

No vídeo, alunos de todas as idades falam sobre as conquistas que o curso viabilizou em suas vidas. As crianças melhoram sua atenção e as notas no colégio, os adultos se tornam mais pacientes e focados para prestar concursos e os idosos ganham confiança e alegria de viver.

Mergulhe nesta história! Você vai gostar.

 

Anomalia cerebral causa superposição de sentidos

Anomalia-cerebral-causa-superposicao-de-sentidos-395x266Você consegue ver um som, provar uma cor ou ouvir um odor? Se a resposta é sim, você integra o seleto grupo das pessoas que possuem capacidades sinestésicas.

A sinestesia é um fenômeno neurológico que atinge aproximadamente 1% da população mundial e que tem como principal característica a associação de dois ou mais sentidos. A maioria associa espontaneamente uma letra ou um número a uma cor, mas a sinestesia apresenta uma infinidade de casos diferentes. Essas associações são involuntárias e duradouras. Assim, uma pessoa com sinestesia sempre associará, por exemplo, a letra A com a cor vermelha.

“Para algumas pessoas, os odores têm formatos. Por exemplo, o cheiro do ar é retangular e o do café se parece com uma nuvem de espuma”, disse a médica Stephanie Goodhew, do departamento de psicologia da Universidade Nacional da Austrália.

Goodhew e seus colegas compararam o cérebro de pessoas com capacidades sinestésicas e o de pessoas normais durante um trabalho de associação de palavras. O trabalho consistia em determinar em que medida os dois grupos associavam duas palavras. Algumas destas palavras tinham ligação semântica, como médico e enfermeiro, e outras eram desconexas, como médico e mesa. E ao contrário do que eles esperavam, o primeiro grupo associou mais as palavras semanticamente ligadas do que o segundo, independentemente do tipo de sinestesia de seus integrantes.

Na opinião dos pesquisadores, esses resultados comprovam a existência de maiores conexões entre algumas áreas do cérebro, sobretudo entre as zonas da linguagem, no córtex temporal, e as responsáveis pela interpretação das cores, no lobo occipital. Assim, um estímulo visual como a leitura de uma letra ativa simultaneamente a área cerebral envolvida na leitura e também as zonas do cérebro responsáveis pela visualização das cores.

Fonte: Goodhew S.C., Freire M.R., Edwards M. Enhanced semantic priming in synesthetes independent of sensory binding. Conscious Cogn. 2015 May;33:443-56. doi: 10.1016/j.concog.2015.02.019. Epub 2015 Mar 19.

Você é mais extrovertido do que pensa

voce-e-mais-extrovertido-do-que-pensaVocê acha que seus amigos são mais populares que você? Se a resposta for sim, saiba que, segundo as estatísticas, a maioria das pessoas tem a mesma opinião que a sua. Estranho, pois isso significa que dentro de um grupo de amigos, cada um é menos popular que os outros. Trata-se, na verdade, do conhecido paradoxo da amizade, que é bem fácil de explicar.

Daniel C. Feiler e Adam M. Kleinbaum, da Tuck Business School, da Universidade de Dartmouth (EUA), conduziram uma ampla pesquisa com 284 estudantes, na qual analisaram como as redes de amizade se formaram no início de um determinado ano letivo. O trabalho foi publicado na revista Psicological Science. O primeiro cientista estudou como se formam as relações sociais e o segundo se especializou no estudo do comportamento e da maneira como isto influencia na tomada de decisões. Juntos, eles buscavam descobrir a que ponto nossa percepção das normas sociais pode mudar em função dos grupos que frequentamos.

Os estudantes responderam duas enquetes. A primeira foi distribuída cinco semanas após a volta às aulas, e a segunda foi entregue seis semanas depois da primeira. Em ambas, os estudantes deviam listar as pessoas com quem conversaram e responder a um teste de personalidade destinado a avaliar seu grau de extroversão.

Ao analisar os resultados obtidos, os pesquisadores perceberam dois fatores marcantes na formação dos grupos sociais. O primeiro é que os mais comunicativos têm mais facilidade para desenvolver laços afetivos, e o segundo é que as pessoas buscam aproximação com seus semelhantes. Assim, uma vez que os extrovertidos tendem a ter mais amigos parecidos com eles – ou seja, extrovertidos também -, eles são mais representados nos grupos sociais. Assim, cada grupo social é mais extrovertido que o conjunto da população, o que leva a uma forma distorcida de interpretação se você é extrovertido.

Ao contrário, os introvertidos têm uma ideia mais precisa do conjunto da população, uma vez que são menos submetidos ao paradoxo da amizade. Inclusive, de acordo com os autores do estudo, apenas 1% da população tem uma rede social muito representativa, e é formado justamente pelos mais introvertidos. Na verdade, quanto mais você é extrovertido, mais sua visão das normas sociais é distante da realidade.

“Uma das hipóteses mais importantes da psicologia é que nossas próprias definições das normas sociais se baseiam nas pessoas com quem interagimos. Temos que considerar, portanto, que nossa rede social é uma amostra enviesada”, conclui Feiler.

Fonte: Feiler D.C., Kleinbaum A. M. Popularity, Similarity, and the Network Extraversion Bias. Psychol Sci. 2015 May;26(5):593-603. doi: 10.1177/0956797615569580.

Estudo mostra que treino cerebral retarda sintomas do Alzheimer

estudo-mostra-que-treino-cerebral-retarda-sintomas-do-alzheimerO Alzheimer é um dos diagnósticos mais temidos entre pacientes da terceira idade. Ele destroi a mente das pessoas, sua personalidade e a noção de quem elas realmente são na essência. Ao menos por enquanto, não há nada na medicina moderna que pode ser feito para deter a doença.

Estudos realizados pelo Instituto Karolinska, na Suécia, mostraram no entanto fortes evidências de que podemos retardar os sintomas da doença com exercícios físicos, exercícios para o cérebro, interações sociais e alimentação rica em frutas e vegetais, além do monitoramento dos mesmos fatores de risco das doenças cardiovasculares.

A má notícia: o Alzheimer é inevitável para as pessoas que já foram diagnosticadas com a doença. A boa notícia: pessoas que estão em fase avançada da vida e apresentam alto risco de manifestar o Alzheimer têm chances de retardar o problema, mudando seu estilo de vida. Nestes estudos, os pacientes tinham entre 60 e 77 anos.

“Esta é uma informação muito importante”, disse Miia Kivipelto, líder do grupo de pesquisadores, que apresentou o estudo no encontro anual da Associação de Alzheimer 2015. “É possível fazer algo pelo seu cérebro quando você tem 70 anos de idade”.

O Estudo de Intervenções Geriátricas para Prevenção das Funções Cognitiva foi realizado com 1260 pessoas, na Finlândia, que apresentavam alto risco de demência e tinham desempenho cognitivo mediano ou atrasado em dois anos em relação à idade. Eles foram divididos em dois grupos.

Um, o grupo de controle, recebeu aconselhamento médico especial e passou por testes cognitivos regulares. O outro grupo passou por uma bateria de intervenções.

 

Durante os tratamentos

Os voluntários participaram de sete sessões em grupo e três individuais de nutrição, com foco em aumentar o consumo de frutas, vegetais e peixes, e evitar gordura saturada.

Exercícios físicos intensivos. Três meses antes do estudo, eles começaram a fazer musculação uma ou duas vezes na semana. Durante o estudo, o treinamento foi intensificado para duas ou quatro vezes por semana. E, posteriormente, o treino cardiovascular aumentou para cinco a seis vezes por semana.

Eles fizeram também exercícios de treinamento cognitivo. Isto foi feito em 11 sessões em grupo durante o estudo, além de inúmeros treinamentos individuais.

Para controlar riscos de doenças do coração, como pressão alta e colesterol alto, eles passavam em consulta com uma enfermeira a cada três meses, com três visitas ao treinador físico durante 3 anos. Os benefícios destas intervenções foi medido com uma bateria de testes para a memória, função executiva e velocidade de pensamento.

Até agora, os estudos deste gênero não trazem informações muito precisas, diz Kivipelto, porque combinam diferentes testes em um só. Mas o que está claro é que, após dois anos de tratamento, os ganhos são significativos.

Os ganhos se mantiveram quando os pesquisadores observaram individualmente memória, função executiva, e velocidade psicomotora. Em função executiva e velocidade psicomotora, Kivipelto diz, o grupo de controle se manteve estável, talvez porque os dois estavam recebendo cuidados médicos especiais. Mas os pacientes que receberam treinamentos tiveram resultados mais significativos de um modo geral.

“Há anos sabemos que praticar exercícios físicos (3 vezes na semana, durante 30 minutos, no mínimo) é melhor do que nada ou até bom para evitar declínio cognitivo. Seria mais fácil se tivéssemos uma pílula para isso, mas não temos!”, brincou Samuel Gandy, diretor do Centro para Saúde Cognitiva e Centro de Neurologia de Monte Sinai, por e-mail, após analisar os resultados do estudo. Ele acredita que futuramente poderemos ter novos exercícios para conseguir benefícios extras com exercícios.

Uma grande questão que precisamos responder com estudos futuros: de que forma diversos tipos de tratamento (treinamentos e testes) afetam a saúde mental dos pacientes? Estes tratamentos funcionam tão bem em Ohio quanto na Suécia? E quais são os resultados de longo prazo dos exercícios para o corpo e dos exercícios para a mente? O estudo continuará seguindo os pacientes do estudo para tentar encontrar novas respostas para nós.

 

Fonte: Revista Forbes

http://www.forbes.com/sites/matthewherper/2014/07/14/finally-hard-evidence-that-exercising-the-body-and-mind-can-slow-dementia/

Tradução: Letícia Maciel