Por que acordamos de madrugada para comer?

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Da próxima vez que você for flagrado por sua mulher – ou seu marido – esvaziando a geladeira no meio da noite, poderá responder: “não posso fazer nada, é culpa do meu cérebro”. De fato, segundo um estudo recente, a sensação de plenitude frente à comida seria menor durante a noite do que durante o dia, o que nos levaria a comer mais. Mas como nosso cérebro nos leva a acordar de madrugada para comer?

De acordo com estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Brigham Young cujos resultados foram publicados em março deste ano pela revista científica Brain Imaging and Behaviour, a atividade cerebral muda segundo a hora do dia, ao menos entre as mulheres. Os pesquisadores Travis D. Masterson, C. Brock Kirwan, Lance E. Davidson e James D. Le Cheminant usaram a ressonância magnética para estudar a atividade de algumas áreas do cérebro de 15 mulheres, a quem mostraram 360 fotos de alimentos com poucas calorias (legumes, frutas, peixe, cereais) e com muitas calorias (doces, bolos, hambúrgueres). Dois testes foram realizados, com uma semana de intervalo entre cada um. O primeiro aconteceu entre 6h30 e 8h30, e o segundo entre 17h e 19h.

De forma subjetiva, as participantes não disseram ficar com mais ou menos fome segundo a hora do dia, mas comentaram que pensam mais em comida no início da noite do que na parte da manhã. Os estudos de IRM (Imagem por Ressonância Magnética) permitiram explicar essa impressão. Primeiramente, foi constatado que a reatividade dos neurônios aos estímulos visuais alimentares é mais intensa com os alimentos mais calóricos. Em segundo lugar, esta atividade neuronal é menor em algumas áreas do cérebro durante a noite do que durante a manhã, principalmente no caso dos alimentos com maior teor em calorias. Como as imagens de alimentos provocaram nessas mulheres uma sensação de plenitude menor durante a noite do que durante o dia, os autores do estudo concluíram que elas têm mais vontade de comer durante a noite.

Claro que este é apenas um estudo preliminar, e que outras pesquisas são necessárias para estabelecer uma ligação entre nossas reações cerebrais e nossos costumes alimentares. No entanto, o mistério de nossas escapadas noturnas à cozinha pode ser esclarecido em breve!

Fonte : http://link.springer.com/article/10.1007/s11682-015-9366-8

Tradução: Yann Walter

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